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Avaliação de fatores de risco para litíase urinária em Goiânia

Publicado em: 19/01/2018 | Categoria: Artigos | Autor(es):

A litíase urinária, cálculo urinário, urolitíase, ou nefrolitíase constitui-se na formação de conglomerados cristalinos e de matriz orgânica que podem se localizar no trato urinário, desde os cálices renais até a bexiga. Estas formações podem se apresentar de tamanhos variados, desde poucos milímetros até tão grandes que tomam toda a pelve renal, envolvendo e preenchendo os cálices (cálculos coraliformes). A constituição dos cálculos pode variar bastante: ácido úrico puro, oxalato de cálcio, cistina, associação destes, etc. As causas da formação de cálculos em alguns indivíduos variam de acordo com seus constituintes e também por fatores genéticos, nutricionais, sócio-econômicos, ambientais, metabólicos, anatômicos e infecciosos. Estes fatores levam à saturação da urina com precipitação de cristais, que pode ocorrer por diminuição do solvente (água), alteração da acidez urinária (mudando o coeficiente de solubilidade de solutos), aumento da excreção de solutos oudiminuição de substâncias que mantém os solutos em suspensão (citrato, magnésio, etc.) O estudo da fisiopatologia da formação de cálculos é bastante promissor na geração de medidas preventivas que podem diminuir os episódios de urolitíase.

A litíase urinária apresenta prevalência que varia de 1 a 20%, conforme o método de diagnóstico empregado, inclusão de pacientes assintomáticos ou não, sendo maior em países industrializados. No Brasil estima-se uma prevalência de 5 a 15%, sem trabalhos abrangentes mostrando estes valores. A maior incidência ocorre entre a terceira e a quinta década, com idade média de 45 anos, fase de maior produção laborativa de um indivíduo, representando maior encargo à sociedade. Além disso, a obstrução urinária, que inclui a urolitíase, é a quinta/sexta causa de perda da função renal e necessidade de diálise. Desta forma esta condição não pode ser encarada como uma doença de bom prognóstico e medidas adequadas devem ser tomadas no seu tratamento e prevenção.

Alterações ambientais e sócio-culturais podem ser importantes na fisiopatologia do cálculo, com observações de que o clima quente e o uso de maior quantidade de sal e carne elevam a sua prevalência. Como Goiânia apresenta temperatura ambiente elevada, baixa umidade do ar, o estudo da prevalência de cálculos urinários na sua população é uma tarefa interessante. Além disso, nos litiásicosgoianienses a investigação particular da etiologia dos cálculos é importante para melhor orientação deles.

Trabalhos anteriores têm demonstrado maior prevalência de urolitíase em diabéticos. A maior ingesta de hidratos de carbono está relacionada a maior calciúria e maior chance de urolitíase. Uma das explicações é que a glicosúria levaria a diminuição da reabsorção de cálcio no nefron. Entretanto trabalhos falharam em demonstrar maior hipercalciúria em diabéticos. Outra hipótese diagnóstica é que a hiperinsulinemia diminuiria a reabsorção de cálcio, mas os trabalhos também não conseguiram estabelecer esta relação. Não está bem definida a diferença de urolitíase entre diabéticos tipo I que não produzem insulina e tipo II que produzem insulina, mas esta não age por resistência periférica, podendo até estar aumentada. Alguns trabalhos mostraram prevalência aumentada de hipocitratúria em diabéticos e uricosúria.

Neste projeto pretendemos estudar a fisiopatologia da urolitíase em aspectos gerais, assim como nos pacientes regionais, investigando as características distintas da região de Goiânia. Incluímos neste projeto o estudo da fisiopatologia do cálculo relacionado ao diabetes mellitus (DM).

Artigo Referência: Avaliação de fatores de risco para litíase urinária em Goiânia

Autores: Fernanda de Oliveira César, Fernando Gratão de Castro, Monike Lourenço Dias Rodrigues, Mauri Félix de Sousa

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